O parque industrial brasileiro começa a se integrar à era da chamada indústria 4.0, onde o trabalho humano, a inteligência artificial, o aprendizado de máquinas e a automação convivem nas linhas de produção.
A próxima década deve ser marcada pela transição para um ambiente produtivo que vem sendo chamado de 5.0, definido pela maior integração entre seres humanos e computadores, conexão de máquinas à internet (IoT), com equipamentos programados para aprender, análise de grandes volumes de dados e tomadas de decisão baseadas em business analytics.
O ritmo da transformação deve se acelerar na próxima década e será importante repensar os métodos tradicionais de produção, gestão de pessoas e tecnologias.
Na medida em que a inovação avança, será necessário investir na formação de mentes inovadoras, no cuidado com as pessoas e no desenvolvimento de habilidades profissionais para o trabalho no futuro. Para que todo o potencial de transformação aconteça, será preciso cuidar de quem cuida das máquinas.
O índice de automação nas indústrias brasileiras, de acordo com o último estudo da Associação Brasileira de Automação, publicado em 2020, é de 0,305 (em uma escala que vai de 0 a 1).
O levantamento avalia Sistemas, Relacionamento com o Colaborador, Relacionamento com o Cliente, Atendimento, Logística e Fábrica.Entre 2017 e 2020, esse índice cresceu 2% (o que reflete um dado anterior à pandemia).
Um estudo conduzido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) traçou um panorama da transformação do cenário industrial no Brasil considerando-se o intervalo de dez anos (2017 - 2027).
Entre os resultados, foi feita uma classificação dos estágios (ou gerações) de desenvolvimento tecnológico e de inovação, de acordo com o perfil das organizações estudadas:
O estudo da CNI classifica as indústrias em analógicas, digitais e seletivas.
Analógicas
Apresentam níveis baixos de tecnologias digitais (G1 e G2) em todas as funções, no presente e no futuro;
Digitais
Níveis médios e altos de uso de tecnologias digitais (G3 e G4), tanto no presente quanto no futuro, para todas as funções, com exceção da função gestão de negócios;
Seletivas
Níveis médios e altos de uso de tecnologias digitais de duas formas: no relacionamento interno (desenvolvimento do produto e gestão da produção) ou no relacionamento externo (fornecedores e clientes).
Outra avaliação diz respeito às atitudes da empresa diante dos processos de inovação tecnológica. É proposta uma classificação de três tipos: passivas, antenadas e focadas.
Passivas
Não possuem projetos ou estão realizando estudos iniciais para todas as funções (ex. pode estar avaliando soluções de ERP a serem implementadas);
Antenadas
Possuem projetos aprovados ou em fase de execução em todas as funções, com exceção da função gestão de negócios (já implantou ou está em vias de implantar sistemas tecnológicos integrados);
Focadas
Possuem projetos aprovados ou em fase de execução para as funções associadas a relacionamento externo ou a relacionamento interno (por exemplo, um sistema ERP com recursos de inteligência artificial).
Seja qual for o momento vivido pela sua indústria, acompanhar as tendências e entender como se antecipar a elas, é algo que precisa começar agora.
De acordo com a CNI, cerca de 24% das empresas entrevistadas pretendem estar na geração 4 até 2027. Isso representa uma moderna revolução industrial, com impactos na gestão de pessoas, insumos, recursos financeiros e processos.
A nova realidade no setor industrial desafia as organizações. É preciso repensar processos de trabalho, ter um novo olhar para a forma como a empresa se organiza, as marcas que produz, as relações que estabelece com as pessoas, com o meio ambiente, a responsabilidade e o impacto social, os benefícios oferecidos à sociedade.
Um mundo paradoxal, em que situações contrárias terão que conviver em uma nova dinâmica. Ao mesmo tempo em que empregos devem desaparecer, outros devem ser criados. Pessoas terão que aprender habilidades técnicas de forma massiva e organizações precisarão cada vez mais de profissionais com habilidades humanas relacionadas à criatividade e comunicação.
do emprego no Brasil deve ser impactado pela automação, segundo um estudo elaborado pela UFRJ, “O Futuro do Emprego no Brasil: estimando o impacto da automação”
lugar (e último) na categoria
“ambiente de inovação”.
posição em
“políticas educacionais”
lugar no quesito “políticas
de mercado de trabalho”.
Paradoxalmente, muitos novos empregos serão criados, porque máquinas, sistemas de automação e inteligência artificial demandam pessoas para poderem ser criados, aprimorados e mantidos. Um levantamento feito pelo Center for the Future of Work, aponta 21 novas profissões que devem ser criadas e fortalecidas nos próximos dez anos. Entre elas, gestores de desenvolvimento de inteligência artificial, coaches de saúde financeira, analistas de cyber cidades, entre outras.
A emergente indústria 5.0 exige um novo olhar sobre os processos, produtividade e, sobretudo, sobre o papel das pessoas, considerado seu eixo principal.
Segundo especialistas, vivemos agora uma virada de chave para o bem-estar emocional, o estímulo à criatividade, melhores experiências e resultados mais assertivos.
Estamos falando da integração entre máquina, sistemas inteligentes e o ser humano, como novo modelo catalisador na geração de valores e resultados. É um caminho sem volta que passa por repensar processos de trabalho, desenvolver novas relações de liderança, melhor estruturação de carreira, olhar centrado nas pessoas – clientes, colaboradores e sociedade –, tudo alinhado aos valores ESG (Environmental, Social and Governance).
Nesse novo cenário, as organizações estão diante de um desafio diante da emergência da indústria 5.0, onde teremos pessoas e máquinas produzindo juntas. Tecnologia e inovações são desenvolvidas a partir da inteligência humana.
Qualificação profissional, equilíbrio entre vida e carreira, ambientes físicos e digitais, empresas movidas a propósito, tudo isso terá impacto na força produtiva para as indústrias.
Quanto mais pessoas felizes, melhores resultados! Pessoas mais seguras produzem melhor, criam propostas mais fortes. Teremos pessoas e máquinas trabalhando de maneira integrada e isso vai fazer crescer ainda mais a demanda por profissionais de tecnologia, que hoje são escassos.
O surgimento de novas profissões vai gerar impacto nos processos educacionais, uma vez que para se viver em ambientes de incerteza e mudança frequente, será necessário educar as pessoas em habilidades mais humanas (comunicação, criatividade, interatividade) do que técnicas.
Com isso as universidades corporativas começam a ganhar espaço maior, as pessoas terão que ser treinadas, dentro de um contexto ao mesmo tempo mais lógico e mais humano.
Máquinas terão atividades repetitivas. Pessoas, vão aplicar seu talento e inteligência na criação de produtos, serviços e experiências inovadores.
As políticas públicas de educação terão que ser discutidas e repensadas. O investimento em processos de aprendizagem diferenciados, com valorização de competências analíticas e relacionais, é uma das demandas para a transformação em curso.
As escolas de hoje devem ajudar estudantes a desenvolverem habilidades que as máquinas não conseguem replicar. Ao mesmo tempo, será preciso aprender habilidades técnicas, como programação; e habilidades emocionais, como criatividade e comunicação.
Educação será algo para a vida toda, com necessidade de atualização constante. Escola, empresa e profissionais serão corresponsáveis pelo desenvolvimento de conhecimentos e competências.
Na prática, as indústrias vão lidar com algumas necessidades de gestão diferenciadas:
Em 2022, uma boa parte das empresas ainda engatinha na era da indústria 4.0. Uma nova revolução é anunciada e nos próximos dez anos, viveremos a geração 5.0.
Para quem busca se antecipar, um bom começo é se aprofundar na leitura dos relatórios que trouxemos aqui como referência. São estudos que ajudam a entender o cenário, as tendências e começar a pensar no amanhã.
Ao contrário do que dizia uma antiga canção – “Como será o amanhã? / Responda quem puder” – temos hoje muitos recursos para pensar o amanhã de nossas organizações. A automação de atividades repetitivas é uma realidade. Tudo o que puder ser feito por máquinas, será. As pessoas terão que investir em qualificação e novas habilidades porque elas vão criar os sistemas, alimentar a inteligência artificial, cuidar dos relacionamentos, da motivação, do engajamento. Cada vez mais, a busca por propósito pessoal deve coincidir com o propósito corporativo.
As mentes analíticas serão demandas, mas precisarão desenvolver o equilíbrio emocional para garantir experiências melhores junto aos colegas, ao mercado e à sociedade. Pessoas e máquinas trabalharão lado a lado. Empregos deixarão de existir, outros serão criados. O amanhã das indústrias já está delineado. Daqui para a frente, é olhar para a sua, alinhar sua estratégia e se fortalecer para um mercado diferente, desafiador e inovador.
Em um cenário cada vez mais competitivo, quanto maior a excelência no processo produtivo, mais expressivos são os ganhos e a lucratividade do negócio. Por isso, desenvolvemos uma solução para ajudar as indústrias a simplificar a gestão, assumindo o controle dos seus processos de ponta a ponta e garantindo a melhor execução da sua estratégia.
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The Automation Readiness Index: Who Is Ready For The Coming Wave Of Automation?, estudo publicado pela ABB e disponível no link: https://new.abb.com/docs/librariesprovider138/events/abb_ari_report.pdf
O Future do Emprego no Brasil: estimando o impacto da automação. Estudo elaborado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, disponível no link: http://labfuturo.cos.ufrj.br/wp-content/uploads/2019/11/O-Futuro-do-Emprego-no-Brasil-Laborat%C3%B3rio-do-Futuro.pdf
21 jobs of the future: a guide to getting – and staying – employed over the next 10 years. Publicado pelo Center For the Future of Work. Disponível no link: https://www.cognizant.com/us/en/whitepapers/documents/21-jobs-of-the-future-a-guide-to-getting-and-staying-employed-over-the-next-10-years-codex3049.pdf
Indústria 2027: Síntese Dos Resultados Construindo O Futuro Da Indústria Brasileira. Publicado pelo Centro Nacional da Industria e Instituto Euvaldo Lodi. Disponível no link: https://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2018/5/industria-2027-estudo-de-sistema-produtivo/#industria-2027-estudo-de-sistema-produtivo-automotivo%20
Índice de Automação do Mercado Brasileiro, produzido pela Associação Brasileira de Automação. Disponível no link: https://www.gs1br.org/indices-e-pesquisas/indices/Documents/%C3%8Dndice%20de%20Automa%C3%A7%C3%A3o%20do%20Mercado%20Brasileiro%20-%20Outubro%202020.pdf